Por Osho

Existe somente uma forma de união, mas, diferentemente, há inúmeras maneiras de se vivenciar a desunião. A separação vem atingindo todos os setores da experiência humana. Embora pertençam a mesma espécie, reina a ideia entre os homens de que são indivíduos totalmente independentes uns dos outros, assim como bolhas de sabão ao vento, cujos limites bem precisos nos fazem acreditar serem entidades distintas. Os 7 bilhões de pessoas deste planeta têm características físicas singulares, que reforçam tal ilusão de separação. Não há impressão digital, fisionomia, tonalidade de voz, ou íris semelhantes entre eles. Seus governos os catalogam como mercadoria, fornecendo a cada um diferentes números que garantem as suas identidades absolutas. Os chips que serão implantados um dia sob a pele (telefones celulares) vão consumar as tais diferenças. Como resistir a uma ideia tão bem estruturada? Quando se pergunta a alguém ‘quem é você?’, logo se dispara uma lista infindável contendo: nome, sobrenome, cidade de origem, nacionalidade, profissão, filiação, data de nascimento, estado civil, preferências, e, se necessário, números e mais números… Vocês agarram-se com unhas e dentes à ideia de que são alguém. Sem isso, seus egos sucumbem rapidamente – e a morte parece chegar em conteste – porque todo senso de autoimportância de um homem reside aí, no fantasma chamado EU. Experimentem um dia, ao lhe questionarem quem é, responderem: EU SOU. Pronto! A confusão terá sido criada. Não dê qualquer pista ao outro sobre você. Insista bravamente às investidas e confirme: EU SOU! Há uma grande chance de que venha a ser tachado como louco ou, no mínimo, excêntrico, Há até mesmo o perigo de ser riscado do mapa, como se não existisse realmente. Seu interlocutor lhe deixará falando sozinho se insistir em não se identificar, tamanha a obsessão à ideia do EU. Essa fome pela individualidade vai subindo na escala social e se repete no âmbito das famílias, cidades, países, times, grupos e organizações – que se afinam por determinadas características – o que fomenta ainda mais a sensação de identidade própria. Chegam ao cúmulo de criarem bandeiras e hinos, com a finalidade de demarcar ainda mais o território (se pudessem, urinavam nos demais – com certeza!). Terrível a necessidade do ser humano de pertencer. Ser um pertence é, literalmente, viver sem liberdade – sem voz ativa, surfando na paranóia coletiva. Mas, se formos além, nos deparamos com um paradoxo: o homem se considera indivíduo, mas, no fundo, quer se diluir num grupo qualquer, no melhor estilo: bovino. O mais interessante é que nem mesmo dentro do grupo ao qual pertence, o homem vive em harmonia – quem dirá com os demais. Insiste em se casar – para na Lua de Mel se dar conta que seria melhor ter a sua própria companhia – até que a morte o separasse dele mesmo. Tem filhos e despeja sua autoridade e experiência sobre eles – sufocando-os com a sua proteção. Projeta neles suas frustradas aspirações. Disputa com os colegas de trabalho, guerreia no transito  com estranhos, oprime os semelhantes nos pátios das escolas; enfim, em cada esquina surgem mais e mais opositores a serem vencidos. Tudo isso porque o homem está divorciado dele mesmo – por separação litigiosa entre seus aspectos humano e divino, e, consequentemente, apartado de seus irmãos, da natureza e de Deus (a Fonte). Matar, ignorar o pedido de ajuda de alguém, maltratar um animal, espoliar o meio ambiente são equivalentes da mesma origem: a ideia e o sentimento de separação. Todos os problemas da humanidade estariam resolvidos se entendessem e aceitassem que só há uma consciência – que se ramificou, para que, da diversidade, houvesse crescimento e evolução. Não precisamos estar sempre com a razão. Dar a ultima palavra em tudo e nos defender como se estivéssemos em eterno confronto: EU contra o resto. É preciso parar de lutar e se render a paz que habita em nosso centro. Essa guerra se iniciou há muito tempo atrás, com os primeiros hominídeos, mas tem data certa para acabar neste planeta. O Todo tem outros planos para este lindo lugar, chamado Terra. Portanto, guerreiros, seus dias estão contados! Façam suas malas, se querem continuar lutando suas guerras intermináveis. O trem que os levará para novos campos de batalha está partindo! Para bem longe daqui! Boa viagem! 


Gostou deste assunto? Que tal ficar em sintonia com os nossos estudos, dicas e curiosidades?

Convidamos você a se juntar a nós em uma exploração profunda destes temas. Siga-nos nas redes sociais: TwitterInstagramPinterest e Telegram. Aventure-se em nosso Canal no Youtube para conteúdo inspirador sobre estes assuntos. Saiba mais sobre nossa missão na Bio. Mantenha-se conectado conosco assinando nosso feed.

Shares:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *