Na parapsicologia, é considerada uma forma de ideoplasmia: materialização plasmada pela imaginação (Bossa, 1993). Também foi proposto o termo escotografia (do grego, skotos = escuro; graphein = escrita; em contraposição a fotografia, que é impressão pela luz) por Felicia Scatcherd no Primeiro Congresso Internacional de Pesquisas Psíquicas em Copenhague, para se referir não às impressões na chapa, mas diretamente no papel da foto no escuro, o que pode incluir também a fotografia espírita ou transcendental (Bozzano, 1926).

Uma suposta “fotografia de pensamento” obtida por Tomokichi Fukurai.

A fotografia psíquica surgiu pela primeira vez no final do século XIX, devido à influência da fotografia espírita (Krauss, 1995). O pensamento não tem conexão com o espiritismo, que o distingue da fotografia espiritual (Chéroux, 2005). Um dos primeiros livros a mencionar “fotografia psíquica” foi o livro The New Photography (1896), de Arthur Brunel Chatwood. No livro, Chatwood descreveu experimentos em que a “imagem dos objetos na retina do olho humano poderia afetá-lo tanto que uma fotografia poderia ser produzida observando-se uma placa sensível”. O livro foi criticado em uma resenha na revista Nature (Norman Lockyer, 1896, Nature. Volume 53. p. 460) Na mesma época, o fotógrafo britânico W. Ingles Rogers introduziu o termo “fotografia do pensamento” nos artigos “Photographie de la pensée” e “Can Thought Be Photographed? The Problem Solved” em fevereiro de 1896 (Schlicht, Laurens; Seemann, Carla; Kassung, Christian, 4 de abril de 2020). O termo “pensografia” (thoughtography) foi introduzido pela primeira vez no início do século XX por Tomokichi Fukurai (Chéroux, 2005).

O pesquisador psíquico Hereward Carrington, em seu livro Modern Psychical Phenomena (1919), escreveu que muitas fotografias psíquicas revelaram-se fraudulentas produzidas pela substituição e manipulação das placas, impressão dupla, dupla exposição e telas químicas. No entanto, Carrington também afirmou acreditar que algumas das fotografias são genuínas.

Céticos, entre eles fotógrafos profissionais, consideram as fotos psíquicas falsificadas ou o resultado de falhas na câmera ou no filme, exposições, erros no processamento do filme, reflexos nas lentes, reflexos de flash ou reações químicas (Nickell, 2005).

Reivindicações

Primeiros experimentos na Europa

Um dos primeiros relatos foi pelo coronel Louis Darget, que teria iniciado testes em 27 de maio de 1896, causando a impressão em chapa da imagem de uma garrafa em que, segundo ele, pensou com tanto esforço que teve “dor de cabeça” (Bozzano, 1926); ele procedeu também em produzi-las a partir do que chamava de “irradiações fluídicas” de suas mãos (Andrade, 2008) – os resultados obtidos foram considerados posteriormente como efeitos do contato do calor da pele humana e devido a solução reveladora pouco diluída (Gabbatiss, Josh, 2020 – BBC). Em 1850, o barão de Reichenbach já teria fotografado uma alegada ação da mente (telergia) fluídica daquilo que chamou de força ódica, ao mesmo tempo que o neurologista Jules Bernard Luys investigou a “fotografia dos fluidos” (photographie des éffluves) dos dedos das mãos em chapas, com seguimento das pesquisas de fotografias fluídicas pelo Dr. Hippolyte Baraduc, que chamou as imagens de psychicones, alegando que elas seriam impressões da própria alma (Pethes, Nicolas, julho de 2016); e também por Hector Durville, dentre outros (um ano antes de Darget, coronel Albert de Rochas relatou uma ocorrência espontânea com a médium Eusapia Palladino (Bozzano, 1926).

Imagem original da Imperatriz da Áustria encontrada no frontispício de um livro.

Reprodução da suposta foto psíquica tirada de F. C. Barnes por Boursnell.

Em 1905, o fotógrafo australiano F. C. Barnes visitou o médium inglês Richard Boursnell, que obteve uma fotografia com a imagem da Imperatriz Elisabete da Áustria. Barnes investigou depois que ela se encontrava no frontispício de um livro que ele havia lido num clube de livros na Austrália (Bozzano, 1926); ele relatou que veio essa lembrança na sessão, após a qual ele passou a buscar a origem em livros (Coates, 1911):

“O senhor Boursnell disse: ‘Há o espírito de uma bela dama aqui, que parece sob uma luz muito forte e sofreu muito na terra.’ Concluí imediatamente que seria minha esposa e, após o recebimento das provas, fiquei muito decepcionado ao descobrir que não era. Eu perguntei àqueles presentes se eles podiam reconhecê-la. ‘Não’, disse a dama, ‘mas parece da realeza”. Isto era inexplicável. Então a impressão veio a mim que poderia ser a imperatriz da Áustria.'”

Na Polônia, o professor Julian Ochorowicz investigou a médium Stanisława Tomczyk em uma série de artigos nos Anais das Ciências Psíquicas entre 1910 e 1912, e afirmou que o pensamento tem capacidade de exteriorização atuando sobre chapas fotográficas (Bozzano, 1926). No Instituto de Metapsíquica Internacional, Charles Richet e Gustave Geley teriam analisado casos de fotografia de pensamento pelo médium Pasquale Erto (Friderichs, Edvino Augusto, 1979) (Evrard, Renaud, 2009). Felicia Scatcherd reportou que foi registrada a imagem de uma blusa bordada em que ela pensava no momento de uma fotografia, na presença do médium arquidiácono Thomas Colley em 1910; ela teria feito experimentos de fotografia também com Darget, Baraduc e Guillaume de Fontenay, além dos médiuns Hope e Buxton, e na década de 1920 reproduziu as imagens obtidas na revista Light, ficando conhecida em seus relatos e pesquisas de fotografias transcendentais e escotografias (Bozzano, 1926).

Carrière com ectoplasma falso da revista francesa Le Miroir.

No início do século XX, o pesquisador psíquico Albert von Schrenck-Notzing investigou a médium Eva Carrière e afirmou que suas “materializações” de ectoplasma eram o resultado de “ideoplastia”, na qual o médium podia formar imagens em ectoplasma a partir de sua mente (Brower, M. Brady, 2010) Schrenck-Notzing publicou o livro Phenomena of Materialisation (1923), que incluía fotografias do ectoplasma. Os críticos apontaram que as fotografias do ectoplasma revelavam marcas de recortes de revistas, alfinetes e um pedaço de barbante.[25] Schrenck-Notzing admitiu que em várias ocasiões Carrière enganosamente passava escondido alfinetes para a sala de sessões. O mágico Carlos María de Heredia replicou o ectoplasma de Carrière usando um pente, gaze e um lenço.

A fotografia psíquica é uma prática que busca capturar imagens de entidades ou energias espirituais utilizando técnicas fotográficas. Essa forma de fotografia tem sido objeto de estudo e debate ao longo dos anos, com alguns acreditando que as imagens capturadas são evidências da existência de vida após a morte ou da comunicação com o mundo espiritual.

Os praticantes da fotografia psíquica utilizam diferentes métodos para capturar essas imagens. Alguns usam câmeras tradicionais, enquanto outros preferem técnicas mais experimentais, como a fotografia Kirlian, que registra a energia emitida pelos objetos ou seres vivos.

Embora a fotografia psíquica seja considerada controversa e muitas vezes criticada pela comunidade científica, há relatos de casos intrigantes e inexplicáveis de imagens capturadas. Alguns acreditam que essas imagens são evidências de fenômenos paranormais, enquanto outros argumentam que podem ser resultado de manipulação ou artefatos técnicos.


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